24 de ago. de 2008

Lembrados pela alegria e pela falta de ELEGÂNCIA

Ao ver a final do vôlei de quadra feminino nas Olimpíadas de Pequim, minha alegria pela conquista do ouro inédito, contrastou com a vergonha que senti pela famosa ''quebra de protocolo'' assim intulada e admirada pelo nosso Galvão Bueno. Na maioria das nossas conquistas vejo esse renomado narrador ansioso esperando a tal quebra de protocolo, que nada mais é que fazer um verdadeiro ''estardalhaço'' na cerimônia de entrega das medalhas e do pódio. Fiquei refletindo se seria algo ''anti-nacionalista'' escrever um texto como esse, até porque poderia ser levado em conta as dificuldades dos nossos atletas para conquistar uma medalha olimpíca, a falta de apoio, e outros fatores que ja são conhecidos do nosso país. Será que a comemoração teria que se estender tanto? após o último ponto, as meninas do Brasil pularam, gritaram, comemoram muito, choraram se jogaram no chão. Será que isso não bastou? Confesso que me incomodei pelas delegações de China e Estados Unidos que completavam o pódio, ambas se comportaram como manda o figurino, receberam as medalhas respeitaram a execução do hino do Brasil e depois desceram numa ELEGÂNCIA já esperada. Então adivinha... a delegação brasileira se ''jogou'' no tablado do pódio . Eu vi países que estão em situação econômica muito pior que a do Brasil, como Jamaica, Azerbaijão entre outros, que ganharam medalha de ouro e seguiram RESPEITOSAMENTE o protocolo da entrega das medalhas. Talvez por essas atitudes, nós as vezes somos discrimiados, chamados de ''macacos'', somos o ''país do carnaval e das festas''. Claro que nada disso justifica nem dá o direito de sermos ofendidos. Mas como queremos respeito se não respeitamos uma simples cerimônia de premiação?
Acorda Brasil! Será que é legal ser mais lembrado pela festa no pódio do que pela própria conquista?

7 comentários:

Marcela Alexandrino disse...

Oi Buba!!

Adorei o seu blog =)

Está de PARABÉNS!!!

Continue assim...

Beijinhos=*

Kamila Matos disse...

Acho que por estar tão habituada a essa reação dos atletas brasileiros, nunca parei para pensar a respeito. De fato, existem formas de comemoração super discretas, mas acho que para os outros é quase um "dever cumprido" e pra nós é "uma questão de honra".

Lógico, é muito chato ser tão festivo na frente de um adversário. Torna-se um verdadeiro desrespeito, principalmente porque parece que estamos desvalorizando a luta dele.

O texto tá ótimo ;)

Lucas G. Pacheco disse...

Cadê o tal texto novo?
Bom, vou aproveitar e falar a primeira coisa que veio a minha cabeça quando estava lendo este: para algumas pessoas, "se comportar como manda o figurino", é nada menos que aceitar correntes (imaginárias, porém reais)que as limitam.
Se eu atravessasse o mundo e ganhasse uma medalha, queria ver quem iria impedir os meus gritos, palavrões e algazarra. Euforia não se barra, dá licença e deixa passar !
Se é uma coisa que deixe uma má imagem do país, então devemos pensar além. Além? Mesmo com a "quase vergonha" que você possa sentir da comemoração arrastada e exagerada dos atletas brasileiros, mesmo que os gringos não aprovem, eles continuarão a vir para cá, Brasil, para se enroscar com "nossas" mulheres, comprar nossas praias...
Pior eles, que vestem o manto da falsidade.
Fico, irremediavelmente, com a espontaneidade.

Té!

Reny disse...

Em primeiro lugar, bem-vindo ao mundo dos blogueiros, Buba!

Concordo com toda palavra de Lucas. E ainda reforço a postura das meninas do vôlei, ao fazerem o sinal de "cala a boca" para a câmera. Depois de tanto se falar que elas são as "amarelonas", a resposta e o reconhecimento foram mais que merecidos, e as comemoraçoes, mais que devidas. O Brasil não é potência em quase nenhum esporte, sempre vai mal em competições olímpicas, então nada mais normal que se ative a euforia quando conseguimos um "feito".

Eu acho que os chineses e americanos são discretos porque são acostumados a ganhar. Se algum dia passarmos a valorizar o esporte, chegaremos lá!

Beijos.

Reny disse...

Ah, continue postando com frequência, o caminho é esse!

Erikson Walla disse...

"E esse é o nosso mundo, o que é demais nunca é o bastante e a primeira vez é sempre a última chance..."

Valeu Brunildes, gostei do texto ...

ABAF disse...

hola chico,que se pasa?